__________. The Lion, the Witch and the Wardrobe. The Chronicles of Narnia. New York: Harper Collins, 2002.
__________. The Horse and His Boy. The Chronicles of Narnia. New York: Harper Collins, 2002.
Finalmente, meu povo! Nossa olha o tanto de tempo sem postar nada, hein? Mas também, estamos aí de vento em popa depois do lançamento de Personagens não bíblicos e suas histórias. Acreditem se quiser, em praticamente 20 dias vendemos mais de 250 exemplares! Deus tem aberto muitas portas, de maneiras que mal posso contar. Talvez um dia escreva sobre isso (risos).
Meu plano para essa resenha era fazer tudo de uma vez só: todos os 7 livros das Crônicas de Nárnia. Isto também contribuiu para eu demorar tanto a postar de novo. Acabou que precisei quebrar a sequência dos livros e o jeito vai ser dividir essa resenha em duas partes mesmo. O esquema será o seguinte: vou falar de maneira geral dos livros e depois vou um a um, destacando apenas o que julguei ser os principais momentos de cada um deles.
De maneira geral, é sempre bom lembrar que As Crônicas de Nárnia são livros infantis. Isto influencia um pouco no modo de descrever algumas cenas e, principalmente, as referências que o autor faz para trazer o exemplo ao cotidiano das crianças. Ah! E sempre lembrando: crianças inglesas dos anos 1950! Porque foi justamente esta a época em que estes livros foram escritos.
De modo geral, são leituras fáceis e rápidas. Pra ser bem sincero, se fosse na adolescência, certeza que lia um por dia. Mas, como sou velho e idoso, o jeito é ler aos poucos e desfrutar com um pouco mais de paciência o que cada um tem para oferecer. Aliás, ler em inglês foi, em si, uma nova aventura, especialmente quando se tem muitas expressões no inglês britânico e linguagem voltada para o público infantil (imaginem as onomatopeias!). Abaixo, deixo o título em português de cada um e destaco o principal.
O sobrinho do mago
Este aqui é meu livro favorito de toda a série. Um absurdo de criatividade e imaginação. Ah! Só de pensar na cena da criação de Nárnia... Lewis teve uma sacada que jamais imaginei e que hoje, tão somente pela vontade de ser verdade, eu acredito: que Deus, ao criar o mundo, fez uso da Música. Tudo era Melodia, Ritmo e Harmonia. Tudo era perfeito. Fantástico!
Mas de tudo que este livro tem pra oferecer, vou deixar registrado apenas um destaque bem específico. Refiro-me à cena em que, depois da bagunça que a Feiticeira fez em Londres, eles são todos transportados para o "pré-mundo" de Nárnia, antes dela ser realmente formada. Nesta cena, estão presentes as duas crianças, o cavalo, o cocheiro e a feiticeira. Meu destaque fica pro cocheiro.
Este, ao ver-se no mundo escuro e sem forma, enquanto os outros estão assustados, propõe que todos fiquem tranquilos e, pra acalmar os ânimos, que todos cantem um hino. Mais tarde, quando Aslam se apresenta a todos, ao cocheiro Ele diz: "Meu filho, eu já o conheço há tanto tempo." E mesmo agora eu acho difícil evitar as lágrimas, porque eu mal posso esperar pelo dia em que me verei face a face com o Criador e Ele poderá dizer estas palavras.
O leão, a feiticeira e o guarda-roupa
Este aqui, graças ao cinema, deve ser o mais conhecido de todos. Justamente por isso, não há tanto que se falar dele, senão realmente os principais destaques. O primeiro que trago à tona é uma cena cena, na casa dos Badgers, quando o nome de Aslam é pronunciado pela primeira vez. Para Edmundo, ouvir este nome foi sinônimo de algo ruim, porque a proximidade com Deus evidencia ainda mais o nosso pecado. A luz ilumina as trevas e revela o que está oculto.
Claro que nem tudo em Nárnia é uma alegoria perfeita ao cristianismo. E nem é pra ser! Minha gente, entendam: é um livro pra crianças, não teologia. Justamente por isso, Lewis não tem medo de usar personagens como o Papai Noel na sua história. E até este uso é muito bem feito: aqui menciono a cena em que o Bom Velhinho entrega presentes e vai embora dizendo: "Feliz Natal e vida longa ao verdadeiro Rei!"
Esse reconhecimento prova-se o ápice do livro. Nada se compara à chegada de Aslam. O Grande e Verdadeiro Rei da Nárnia.
Os diálogos com Aslam, de maneira geral, fazem a gente pensar em como seria um relacionamento face a face com Jesus. Lewis, ainda que um mal teólogo, foi um excelente escritor ao trazer de modo sensível e ao mesmo tempo solene este relacionamento figurado com o Filho.
Temos a cena da mesa de pedra, é claro. (sem mais detalhes).
Lembrando que este foi o primeiro livro que Lewis escreveu da série (O sobrinho do mago foi escrito bem depois, ainda que cronologicamente seja o primeiro). Diferente do anterior, aqui temos uma aventura que carrega tudo, no melhor estilo a Jornada do Herói. Este livro é um excelente exemplo do uso das ferramentas da técnica literária quanto a enredo.
O cavalo e seu menino
Este aqui eu li pela primeira vez. Os outros dois eu já havia pegado na infância (nos tempos em que era ávido frequentador da Biblioteca Municipal de Boa Vista. Por isso, foi muito bom ficar imerso na história, sendo levado pela narrativa de Lewis. Novamente aqui vemos um bom exemplo da construção do enredo, voltado especialmente para o público infantil.
Uma coisa que me chamou atenção aqui é como Lewis demonstra conhecimento sobre cavalos e vida campestre de maneira geral. Seria isso reflexo da época? Difícil dizer, porque Lewis não teve uma vida necessariamente campestre. Talvez isto referia-se a uma aspiração geral ou um saudosismo por um estilo de vida. Aliás, também há traços de orientalismo bem evidentes na obra.
Pensando em Inglaterra e construções culturais, o cavalo da história, Bree, é a imagem de um gentleman inglês. Todo seu linguajar e comportamento refletem isso de maneira clara. Bom, pensando assim, a verossimilhança de maneira geral é muito boa.
Como em todos os outros livros, o destaque aqui não é em outros senão o próprio Aslam. É de fazer chorar a primeira cena em que Ele aparece ao menino, e mostra de maneira perfeita a obra da Providência divina.
Só pra finalizar, trago uma citação que achei bem engraçada e também conveniente sobre o tema casamento de maneira geral:
Aravis also had many quarrels (and, I'm afraid, even fights) with Cor, but they always made it up again: so that years later, when they were grown up, they were so used to quarreling and making up that they got married so as to go on doing it more conveniently. (p. 241)
Os livros são maravilhosos. Eu não fiz tudo de uma vez porque inventei de viajar levando apenas um. Resultado: terminei o livro no meio da viagem e a fome pela leitura não permitiu me fazer esperar. O jeito foi colocar outro no meio. Mas não temais! Em breve posto a segunda parte destas Crônicas incríveis e fantásticas.
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