terça-feira, 29 de janeiro de 2019

De longe, a terra

Ai que saudade
Que pelos ventos perco nos teus encantos
Que pelas margens do rio, eu vejo, eu sinto
Teu calor, teu pranto.

Ai que saudade
De ter aqui perto, de cheirar tuas flores
Fugir do teu abraço escaldante
De pensar: “Eita maracujá bom!”

Ai que saudade
Daquela paçoca bem carnuda
De sentir a farinha triturando na boca
De chegar e te pegar por trás,
Saúva.

Eita saudade boa
Daquela rede e o cruviana
Balançando o cabelo
E as folhas
E as árvores todas
Tudo balança
Eu, tu, o balanço...
É a dança.

Ai que saudade que me turva!
Da terra entre os dedos
Entrelaçados nos cabelos
das árvores e do céu cheio de estrela
Eu, tu… eita… e a chuva...


Poema classificado no Concurso de Textos Anônimos do V Festival de Literatura e Artes Literárias (Facebook). Publicado na antologia do referido concurso.

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