quarta-feira, 14 de outubro de 2020

Crônicas do cotidiano - VIII

Hoje é meu aniversário.

Acho que levei só uns vinte anos pra finalmente naturalizar a ideia de que este é só um dia como todos os outros. Um dia em que, mesmo sendo meu aniversário, eu ainda tenho que acordar cedo pra fazer o café; em que eu ainda preciso ir trabalho; um dia que eu ainda preciso lidar com tudo que acontece todos os dias. E eu não acho isso ruim.

De uns tempos pra cá me peguei reflexivo nos meus aniversários. Fico pensando no que foi que eu já fiz e se isto é digno de dizer "Maravilha! Estou aproveitando bem meu tempo aqui na terra". 

Mas, embora eu tenha até um senso de realização ao pensar e rever estas coisas, sei que isto não é tão saudável assim. Por que quem é que pode dizer se estamos aproveitando bem nosso tempo ou não? 

De qualquer modo, me alegra olhar pra trás e ver que não perdi boas oportunidades quando elas surgiram. E tampouco fico me lamentando quando as oportunidades que eu busquei não funcionaram. Se elas não funcionaram, foi porque assim preferiu o Senhor. E não tem nada melhor do que o que Ele quer.

Eu já vivi na Música, hoje estou mergulhado na Literatura. Já me aventurei na graduação e no mestrado. Tentei fazer de tudo para ascender na vida profissional (sem absolutamente nenhum sucesso). Quais serão os próximos caminhos?

Hoje eu digo que pretendo escrever mais um livro, isto é certeza, já tenho até algo em mente. Mas e quanto à vida acadêmica, será que eu arrisco um doutorado? E na vida profissional, mergulho em concurso ou tento buscar novos horizontes onde eu já estou? 

Sei lá. Mas continuo com a certeza de que, seja lá o que for, o que o Senhor tiver escolhido será o melhor pra mim. Por isso que eu fico tão relaxado assim. Eu tenho certeza, eu posso confiar. Se é Deus que comanda tudo, pra quê ficar preocupado?

Aliás, hoje não é dia de ficar preocupado com nada. Hoje é meu aniversário.



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