VIDAL, Luci Vasquez. Vivendo um chamado: quando dizemos sim para Deus. João Pessoa: Betel Brasileiro Publicações, 2018.
"Até hoje, sou tão feliz com minha vocação quanto no dia em que tive minha primeira experiência missionária. Perseverei em seguir ao Senhor, meu Deus. Sua misericórdia e bondade me acompanharam. Nunca se apa gou em mim a chama de meu chamado missionário." (p. 175)
Meus caros, esta leitura foi um bálsamo depois do emaranhado que foi a leitura anterior. Esta é a biografia de Luci Vasquez Vidal e foi um grande privilégio ter lido este livro. Eu não sabia o que esperar, mas acho que não esperava tanto. Deixa eu contar pra vocês.
Faz um bom tempo desde a última vez que li uma biografia, então foi bom pegar este livro pra espairecer um pouco. A escrita do livro é clara e a gente vê que há uma certa fluência de autora iniciante. Apesar da falta de treinamento literário (que fica evidente em alguns diálogos, por exemplo) a leitura é imersiva. Somos fisgados e queremos saber quais as histórias que Luci tem para contar, por exemplo, dentro da aldeia potiguara, ou no Japão, ou na Itália. Cada história é melhor que a outra e essa diversidade proporciona uma leitura que não cansa.
Pra falar a verdade, biografias são sempre um dilema. Porque o autor precisa escolher os fatos relevantes para colocar e este não é um trabalho fácil. Eu não sei até que ponto Luci realmente lembrou de tudo que escreveu ou fez pesquisa – mas se tiver sido de cabeça ela tem uma memória fantástica. Há trechos com detalhes bem específicos.
Por outro lado, acho que no livro entraram muitos detalhes que não são tão importantes, fica parecendo mais uma catalogação. Além disso, às vezes repete muitas informações que já foram ditas em capítulos anteriores, muitas vezes coisas que o leitor acabou de ler. Talvez a autora tenha feito isso de modo a honrar pessoas ou lugares no registro; mas que fica cansativo isso fica.
Pra falar a verdade, biografias são sempre um dilema. Porque o autor precisa escolher os fatos relevantes para colocar e este não é um trabalho fácil. Eu não sei até que ponto Luci realmente lembrou de tudo que escreveu ou fez pesquisa – mas se tiver sido de cabeça ela tem uma memória fantástica. Há trechos com detalhes bem específicos.
Por outro lado, acho que no livro entraram muitos detalhes que não são tão importantes, fica parecendo mais uma catalogação. Além disso, às vezes repete muitas informações que já foram ditas em capítulos anteriores, muitas vezes coisas que o leitor acabou de ler. Talvez a autora tenha feito isso de modo a honrar pessoas ou lugares no registro; mas que fica cansativo isso fica.
Uma coisa que devo apontar é que vejo que ela tem pontos teológicos em que discordamos, mas ela é bem discreta quanto a eles, focando mais na trajetória da sua própria vida. Pra vocês terem uma ideia do quanto essa diferença doutrinária é pequena, eu ouso afirmar que é impossível ser crente e não se emocionar com a leitura do livro.
É absolutamente lindo conhecer os frutos do trabalho de Luci. Eles evidenciam como o trabalho de uma só pessoa pode transformar tantas vidas. Cito por exemplo duas meninas indígenas que a acompanhavam na aldeia. Luci as levou pra cidade, depois elas voltaram e sua família se tornou uma bênção para a comunidade. E isto não aconteceu apenas aí, há vários exemplos de pessoas que, por causa da ação de Luci, tornaram-se bênção para muitas outras.
E já que estamos falando de aprendizado aqui, preciso falar do que foi o cerne desta leitura pra mim. Este livro me ensinou muitas coisas. Uma delas foi que eu não confio plenamente no Senhor, mas quero depender das minhas próprias forças.
Quando Luci foi convidada para ser diretora do Seminário do Betel Brasileiro, ela estava ciente das grandes responsabilidades e também não tinha certeza se era totalmente capacitada. Não obstante, uma vez que ela sabia que aquela era a vontade de Deus, ela seguiu em frente. Comigo é o contrário. Eu só me dou a fazer as coisas quando sei que já estou capacitado.
Parece que eu estou constantemente dizendo:
– Por que eu sei que consigo, agora posso fazer o que Deus quer.
Enquanto Luci diz:
– Por que eu sei o que Deus quer, agora sei que consigo.
"Até hoje, sou tão feliz com minha vocação quanto no dia em que tive minha primeira experiência missionária. Perseverei em seguir ao Senhor, meu Deus. Sua misericórdia e bondade me acompanharam. Nunca se apagou em mim a chama de meu chamado missionário." (p. 169)
Não há muito mais o que falar. O livro é muito bonito e vale a pena a leitura. É uma típica biografia. Aliás, se um dia fizerem uma segunda edição, tenho ideias de perguntas a serem respondidas: Luci nesse tempo todo nunca se apaixonou? Nunca pensou em constituir família?
No livro, Luci é apresentada de maneira lúcida, ela sempre tem dúvidas e sempre busca a Deus. Mas eu queria ver aspectos ainda mais humanos: quando Luci errou? Quais foram esses erros? Como eles moldaram seu caráter? Esse tipo de abordagem é o que torna uma biografia verdadeiramente marcante. Vai além das experiências da pessoa e mostra a essência da pessoa.
No livro, Luci é apresentada de maneira lúcida, ela sempre tem dúvidas e sempre busca a Deus. Mas eu queria ver aspectos ainda mais humanos: quando Luci errou? Quais foram esses erros? Como eles moldaram seu caráter? Esse tipo de abordagem é o que torna uma biografia verdadeiramente marcante. Vai além das experiências da pessoa e mostra a essência da pessoa.
Apesar destas ideias, a verdade é que o livro já está pronto para ser lido. Esse sou apenas eu querendo a continuação da história. Podem ler o livro, eu empresto (e olha que isso é raro). Só me arrependo de não ter lido esse livro antes.
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