domingo, 30 de novembro de 2025

Resenha — Knifepoint

ROBERTSON, Edward W. Kinfepoint. Kindle Edition. 2013.


O terceiro livro da série Breakers (primeiro livro aqui, segundo livro aqui) que consegui de graça na Amazon USA. O primeiro livro me pegou de jeito, o segundo achei ok. Nesse aqui, acho que o autor conseguiu recuperar o que tinha deixado de lado no segundo. À resenha.
"You are a very hard girl, Raina. Don't think that makes you the strongest." (p. 1104)
O livro narra o retorno de um personagem do primeiro livro, Walt, em sua jornada desde o México até o retorno à Califórnia, onde ele vai tentar eliminar o que restou dos aliens, a convite de um grupo de sobreviventes. Paralelo a ele, temos a história de Raina, uma garota que sobreviveu ao vírus sozinha e teve que ver seus pais adotivos levados por um grupo de sobreviventes com tendências imperialistas.

Como sempre, as duas narrativas se encontram no final (embora nesse aqui de modo mais discreto) e é bem satisfatório ver que o autor amarra as pontas soltas tanto quanto possível. Tem algumas forçadas na trama, mas não há dúvidas: o miserável é um excelente escritor. Talvez não seja uma literatura que vai mudar vidas, mas é uma leitura satisfatória, bem escrita, e que nos diverte.
It was marvelous, in its way, that it was easier to fight the aliens than to try to understand another human. (p. 1114)
Não tenho muito a dizer porque, em grande parte, o livro se assemelha aos outros dois da série, e imagino que os próximos também irão (a série tem oito livros!). Talvez valha mencionar que foi a primeira vez que o autor abordou alguma questão espiritual como parte do tema do livro (basta dizer que a Raina tinha seu próprio modo espiritual de ver o mundo). No mais, é sobrevivência, ver que os seres humanos são piores que os aliens, argumentos de que o ser humano está destruindo a Terra, etc, etc.

Infelizmente o defeito do livro permanece o mesmo. É que ainda neste livro percebemos a dificuldade do autor de fazer boas descrições no fim do livro. Acaba ficando latente demais. Tudo vira uma confusão, nunca dá pra entender direito o que está acontecendo, parece que o autor se perde nos labirintos que ele mesmo cria. 

Não obstante, o livro se paga. É bom de ler, meio cansativo em alguns momentos, mas ainda assim ficamos satisfeitos quando vemos a história se desenrolar. Gosto de livros que dão vontade de ler. Certeza que ainda vou ler esse autor no futuro. Até lá.

quinta-feira, 13 de novembro de 2025

Pergunta honesta: tem alguém aqui mesmo?


Esse será um post bem diferente.

Tenho esse blog há 7 anos e nunca me propus a nada demais com ele. Surgiu simplesmente porque eu queria ter um lugar centralizado onde guardaria todos os meus textos publicados (já faz um tempo que esqueci de fazer isso), mas que acabou se tornando um diário de leitura pra todos os efeitos.

Aqui eu simplesmente anoto o que achei dos livros que li. Não é uma leitura profissional, não é uma leitura especializada. É tão somente uma leitura honesta. Escrevo para mim, pro Gabriel do futuro vir aqui e lembrar "Ah, foi isso mesmo! Foi isso que achei desse livro". Se posto o link das publicações no Facebook e nos status do WhatsApp, é só porque se tornou padrão compartilhar as coisas que escrevo.

Tendo dito isso, desconfio que o Google está me enganando, e por isso fiz esse post. É que, por curiosidade, depois de muito tempo sem fazer isso, resolvi clicar na aba "Estatísticas" do blog. E os números que apareceram simplesmente não fazem o menor sentido pra mim. Veja você mesmo (favor clicar na imagem, coloquei o maior que pude):


Esse é o registro da quantidade de visitas que o blog teve. 
0 seguidores: faz todo o sentido pra mim.
306 postagens: ok, eu escrevo um bocado de coisa. Em média uns 40 posts por ano.
43 comentários: ok, volta e meia aparece alguém. 
Agora... 47k visitas nesse tempo todo?? 533 esse mês? 2017 (Duas mil e dezessete) no último mês?! 

Não, calma lá. Aí não pode ser. A única explicação é que o Google tá me enganando. Mas o lance é que os outros gráficos parecem concordar com essa estatística. Olha esse, por exemplo:


Tá certo que visitas ao blog não são o mesmo que abrir um post, muito menos o mesmo que ler um post. Eu entendo isso. Mas, ainda assim... como é que mais de DUAS MIL pessoas passaram por aqui no último mês? É o tipo de coisa que não faz sentido pra mim. Esse blog não é nada, eu não sou ninguém. Mês passado eu só fiz dois posts, e ambos de livros que nem são conhecidos! Essa estatística só pode estar errada. 

Bom, fiquei claramente encucado com isso e resolvi fazer esse post pra tentar averiguar o que está acontecendo. Pensei em pedir pras pessoas comentarem, mas a verdade é que é meio chato de comentar no Blogger. Pensei em pedir para me mandarem mensagem no privado, mas isso também é muito trabalho na sociedade moderna e apressada de hoje. Então resolvi fazer o seguinte:

Por favor, clique no botão que está no fim desse post. Não é nada mais que um contador, é só pra eu ter uma noção real do que está acontecendo. E, sim, entendo que isso não será um teste real, porque talvez alguém tenha chegado no meu blog pra ver outro post, não esse que eu coloquei aqui. Mas isso foi a melhor solução que encontrei. Eu só fiquei curioso, é isso.

A pergunta é, de fato, bem honesta: tem alguém aqui mesmo?

segunda-feira, 10 de novembro de 2025

Resenha — Alice no País das Maravilhas

CARROLL, Lewis. Alice no País das Maravilhas. Arara Azul. Ebook. 2002.


Resolvi retornar aos clássicos e ler essa obra que é tão conhecida. Eu só não esperava descobrir que esse livro é uma absoluta loucura! Acho que nunca tinha lido um livro tão nonsense na minha vida — e olha que já li e sou fã de Guia do Mochileiro das Galáxias. À resenha.

A história já é bem conhecida. Trata-se de uma garotinha inglesa que, num dia a passear no campo com sua irmã, vê um estranho Coelho Branco correndo e entrando numa toca. Ela o segue e se vê num lugar totalmente misterioso, onde as leis da física não fazem sentido, e onde as pessoas fazem menos sentido ainda. Lá ela encontra o Gato, a Lagarta, o Chapeleiro Maluco, o Rei e a Rainha de Copas, a Falsa Tartaruga, o Grifo, Bill (o Lagarto) e vários outros personagens doidos.

Acho que nunca vi um texto que representasse tão bem o ponto de vista de uma criança. Embora tenha chamado isso de nonsense (o que, de fato é), talvez pudesse chamar de fantasia pura, onde as coisas não fazem sentido mas seguem uma estranha lógica interna, coisa que só criança tem.

Só pra dar um exemplo: em uma cena, Alice entra numa casa onde encontra a Duquesa. Esta tem um bebê nos seus braços, enquanto sua cozinheira está virando o zezeu na cozinha pra dar conta de tudo. Alice vê aquela bagunça e contempla a Duquesa cantando uma música para o bebê no braço. Mas então a Duquesa se cansa e arremessa o bebê no colo de Alice, se retirando da cena. Quando ela se retira, a cozinheira joga uma frigideira com óleo fervente na direção dela, mas erra. Alice então segura o bebê, mas percebe que ele virou um porco. Então ela solta o porco na floresta. 

O livro é cheio de loucura. Não tem outra explicação. Tudo é muito absurdo e maluco, as coisas que parecem fazer sentido, simplesmente não fazem. E isso fica ainda mais claro nos diálogos, que são um primor! O diálogo com o Chapeleiro Maluco é interessante, mas nem se compara aos diálogos com a Lagarta e o Gato. 
Ela esticou-se na ponta dos dedos e olho sobre a margem do cogumelo, seus olhos imediatamente avistaram uma enorme lagarta azul, sentada no topo da planta, com os braços cruzados calmamente fumando um narguilé, não dando bola nem para ela nem para mais nada. (p. 40)
É inevitável que façamos comparações com o filme da Disney que carrega o mesmo nome. Enquanto o filme omite algumas partes, é ao mesmo tempo surpreendentemente fiel. Na verdade, fiquei surpreso que a Disney conseguiu fazer um filme razoavelmente coerente a partir desse livro! A história é loucura total! Realmente o autor conta as coisas do ponto de vista de uma criança de um modo que não tinha visto ainda.

Já perto do fim do livro, Alice presencia um julgamento em que o Valete é acusado pela Rainha de Copas e o Rei preside o tribunal. O júri está todo reunido, e começam a chamar as testemunhas. Alice sugere que se chame a Duquesa, porém ela estava presa. Alice ficou curiosa para saber o que havia acontecido. O Coelho Branco explicou:
"Ela deu um murro nos ouvidos da Rainha...", o Coelho começou a contar. Alice disparou -a rir. "Oh, psiu!", o Coelho murmurou em um tom assustado. [...]" (p. 78-79)
De pontos negativos, ressalto que o livro tem muita música no meio (pequenas poesias infantis). Me pergunto se isso era característica de livro da época, porque lembro de ter visto isso na Sociedade do Anel e detestei (Tom Bombadil chato pra caramba), assim como detestei agora porque quebra todo o ritmo da narrativa. Tudo bem, entendo que é de outra época e escrito pra leitores de outro contexto — mas ainda assim me incomoda.

Além disso, é interessante ver como muitos dos personagens são orgulhosos. Estão sempre prontos a mostrar como são inteligentes ou espertos e como os outros são burros ou merecedores de chacota. Acho preocupante isso, mas entendo que é da natureza humana. Crianças também podem ser egoístas e más.

Enfim, o livro é sensacional. Adorei a leitura e valeu a pena. Como disse, parece que estava lendo um Guia do Mochileiro das Galáxias, mas do século XIX. Aliás, as aventuras de Alice conseguem ser ainda mais nonsense do que as de Arthur Dent. Acho que quem melhor resumiu tudo foi o Gato, e finalizo com as palavras dele:
"Mas eu não quero ficar entre gente maluca", Alice retrucou.
"Oh, você não tem saída", disse o Gato, "nós somos todos malucos aqui. Eu sou louco. Você é louca." (p. 59-60)

quinta-feira, 6 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XX

AEROPORTOS - III

Dessa vez não é tanto sobre aeroportos, mas sobre as coisas que as viagens em aeroporto nos proporcionam. É que pousei em Chicago e tive a oportunidade de ver a cidade pela janela. Uma reflexão se formou na minha cabeça.


Tenho um fascínio por pessoas e relações humanas. Acho muito interessante pensar na complexidade da vida e como cada vida é uma miríade de possibilidades, sonhos, vontades. 

Lembro que foi no começo da adolescência, quando pegava ônibus para visitar a Biblioteca pública de Roraima. Eu estava cansado, tive que andar bastante, estava quente, mas pelo menos eu estava indo pra um lugar com ar-condicionado. E de repente eu olhei para o ônibus lotado e tive a súbita realização de que todos ali tinham uma vida tão complexa quanto a minha. A senhora gorda do meu lado estaria indo pra onde? Aquele jovem com a bola, vai jogar em que praça? Aquele homem olhando pela janela com ar cansado, no que estaria pensando?

Desde então, não tive escolha senão contemplar as pessoas como muito mais que simples seres humanos, mas como verdadeiras vidas. Engraçado que foi justamente nessa época que se intensificou minha paixão por Érico Veríssimo, o autor que melhor capturou a essência da vida brasileira nos seus livros.

Tudo isso pra dizer que foi ali, olhando pela janela avião e contemplando a imensidão da cidade de Chicago, que tive novamente a mesma realização. Olha o tamanho desse assentamento humano. Centenas, milhares de pessoas. Quando na história teria se pensado em metrópoles tão grandes e complexas?

Via os carrinhos pequenos nas ruas, as casinhas que pareciam até de brinquedo, e não consegui evitar o pensamento, a curiosidade de conhecer as vidas que estavam dentro daquelas casas. Que dramas não se desenvolveriam naqueles espaços? Sorrisos e choros. Orgulhos e decepções. Naquela casa mora um idoso doente e solitário? Uma família com pais e filhos? O homem naquele carro está indo pra casa, pro banco? 

Tantas possibilidades e, ao mesmo tempo, todas elas reais. Pessoas que vivem, que enfrentam problemas, dúvidas,  pequenas e grandes alegrias. E pensar que era um país diferente, com pessoas diferentes, vidas diferentes. Mas, ainda assim, iguais. 

Quando penso nisso consigo entender um pouco por que Cristo morreu por e escolheu salvar pessoas. Trabalhar com gente é ruim, tem gente que a gente nem suporta. Mas, ao mesmo tempo, é bom. Seria isso um reflexo, ainda que deformado, do Deus relacional?

Acho que o problema de hoje em dia é a vontade ferrenha de apontar para as diferenças, quando na verdade somos muito mais parecidos do que somos diferentes. Precisamos todos da mesma coisa, tanto faz o lugar, o idioma, a condição financeira. 

Enfim.


terça-feira, 4 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XIX

PALAVRAS

Recentemente descobri uma nova expressão que caiu no meu gosto. Sou desses, me enamoro de expressões, canso delas, e logo as troco por outras que trazem de volta a novidade do primeiro amor, só pra depois me ver cansado delas e buscar novas. Um péssimo exemplo.

Gosto da versatilidade de "piriri". É um jeito fácil de falar sobre algo ruim, mas sem dar todo aquele peso. "Vish, ela vai já ter um piriri" é o tipo de coisa que a gente ouve, fica de olho na dita cuja, mas sabe que não vai ser aquele Deus-nos-acuda. Ou ainda "Isso vai dar um piriri depois" é como quem avisa que algo ruim pode acontecer, mas dá a opção da pessoa tentar e lidar com as próprias escolhas depois.

Mas "piriri" está saindo para dar lugar à maravilhosa "pipipi, popopo" (a última parte lê-se "pó-pó-pó").

Ouvi a expressão quando uma colega no grupo de escritores de Roraima disse que foi a um lugar tentar convencer as pessoas no comando a autorizar autores locais a venderem seus livros por lá. "Aí, vocês sabem como é, né? Falei com ela sobre a importância da literatura local, pipipi popopo, e deu certo."

Quando li aquilo fui tomado de um fascínio que não soube explicar. A expressão não é uma onomatopeia, ela não representa um som em si -- mas, ao mesmo tempo, sim. Trata-se da lenga-lenga tradicional do que já se sabe que vai ser dito e da reação que vai causar em quem ouviu. Sabe, pipipi popopo.

A expressão tem um carinho inerente a ela ao mesmo tempo que não cumpre função nenhuma na prática. Ela só preenche um espaço com um gesto linguístico cuja nuance é tão suave que só o português brasileiro pra ter uma coisa dessas. Se tirar da frase, o sentido continua totalmente o mesmo, mas quando acrescenta, traz um sabor totalmente diferente. Uma expressão que tem cara de Brasil.

Quando era mais novo adorava a palavra "maracutaia". Usava em qualquer ocasião. Supresa? "Gente, que maracutaia!". Dúvida? "Que maracutaia é essa?". Alegria? "E aí? Só na maracutaia?". Era outra palavra bem própria do brasileiro. 

Na minha época de representante discente na universidade, fazia questão de falar essa e outras expressões nas reuniões, ainda mais quando os professores mais sisudos compareciam. Eventualmente utilizava a variação "marmota", só pra variar um pouco.

Mas maracutaia caiu no meu desuso, passou-se o tempo dela. Deu piriri. Mas, sabe como é, né? Trata-se de um ciclo, da ânsia da novidade e do tédio de tê-la. Uma hora ou outra vou querer outra expressão, porque me canso dessas que já conheço. É aquilo, né? A gente nunca tá satisfeito com o que tem, pipipi popopo.



domingo, 2 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XVIII

AEROPORTOS - II

O aeroporto de Chicago me surpreendeu negativamente nessa visita. Mas, honestamente, não foi culpa dele, mas da United Airlines.

Esses aeroportos mais ao norte, pelo menos na minha experiência têm os melhores Port of Entry para os EUA. Digo isso porque os aeroportos mais próximos do Brasil (Orlando, Fort Lauderdale) ou mais conhecidos (Los Angeles, Nova York) geralmente têm um trânsito de estrangeiros muito intenso. Já chegamos a gastar uma hora inteira na fila da segurança em Orlando. 

Mas Chicago ou Minneapolis, por exemplo, raramente são destinos turísticos mais procurados. Como resultado, as filas são bem menores e os agentes de imigração são mais solícitos (pelo menos na maioria, quando está tudo lotado não dá pra contar com isso), o ambiente de modo geral é mais leve e agradável. 

Sem falar que tanto Chicago quanto Minneapolis têm aeroportos fantásticos e completos. Chicago tem metrô que passa dentro do aeroporto, é só pegar e dá pra visitar a cidade quando a escala for longa. Minneapolis é muito bonito e equipado, um verdadeiro shopping. Acho que Minneapolis ganha de Chicago só porque este último me parece ter um trânsito maior de aeronaves. Como resultado, é comum o avião pousar mas ainda ficar uns 15-20min taxiando antes de conseguir de fato desembarcar os passageiros.

Já escrevi sobre Chicago e Minneapolis antes e minhas impressões sobre as cidades (nesse post aqui), então vou só lembrar que tenho uma quedinha por Chicago porque ela é meio bagunçada. Ou seja, me lembra o Brasil.

Meu único desagrado nessa viagem foi que a United primeiro me colocou no portão B-12. Caminhei até ele, me estabeleci por perto e... vish... mudaram para o E-14. Ok, 15 minutos de caminhada, vamos para ele. Cheguei, estabeleci-me... acho que não tinha dado 20min que eu havia chegado... vai pro C-30, 20min de caminhada. Olha, foi de lascar. Pra quem á viajando desde a 1 da manhã, a última coisa que eu queria era fazer cardio em aeroporto.

Só vou perdoar porque cada caminhada dessa foi um passeio. Teve dinossauro, enfeites bonitos no teto, e até um corredor comprido meio psicodélico. Apesar da chateação, a peste do aeroporto é tão bonito que acabei passando pano. 

Enfim, finalmente estou no portão certo, a tia está anunciando que vai começar o embarque. Graças a Deus.




sábado, 1 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XVII

AEROPORTOS - I

Depois de uma noite de sono muito mal dormida, mas estando estranhamente descansado e disposto, resolvi que seria interessante registrar algumas impressões das muitas viagens em que me meto. Aeroportos me são cansativos, então por que não falar deles.

Primeiro, é que muito me causa espécie (velho Ministro Barroso) como um embarque internacional pode ser tão ruim num aeroporto. Naturalmente me refiro a Manaus. 

É um espanto da natureza que na segurança haja apenas UM guichê para receber todos os 300 passageiros que vão embarcar. É evidente que vai se formar uma fila monstra e as pessoas vão ficar impacientes (ainda tem o lance também de que o brasileiro de modo geral não conhece as regras de viagens internacionais -- o que atrasa ainda mais o meio de de campo). 

Além disso, queria entender por que se faz tanto concurso público pra Polícia Federal e quando chego lá só tem UM guichê na imigração aberto. Verdade seja dita, havia cinco guichês, mas só um funcionando. Faz uns três anos que passo por esse embarque internacional umas duas a três vezes por ano e nunca tem mais que um guichê. Novamente, é evidente que vai se formar uma fila monstra e atrasar o embarque de todo mundo. 

Fico me questionando se isso é um reflexo de Manaus ou do Brasil de modo geral. O descaso assusta um pouco, especialmente quando percebemos que o povo se acostuma com ele. É meio absurdo, mas o que para uns é um espanto da natureza, para outros é só mais um dia no aeroporto.

Em suma, cheguei no Aeroporto à uma da manhã e quando fui embarcar já estava na última chamada — às 3h da manhã. Eu hein, meu povo. Já não bastasse esse horário maldito de voo, ainda se tem que lidar com a incompetência generalizada. 

É triste, é triste.