domingo, 31 de dezembro de 2023

2023: o resumo da ópera

Desde que comecei esse blog, é padrão que no dia 31 de Dezembro eu faça uma retrospectiva do ano. O que li? O que escrevi? Como foi a literatura na minha vida nesse ano? Em suma, olhamos para trás e fazemos o resumo da ópera.

Não encontrei nenhuma foto boa, então fiquem com essa gerada por I.A.


1. Livros resenhados

2023 não foi um ano forte para a literatura, pelo menos não em comparação com os anos anteriores. Na verdade isso é difícil de avaliar, por que esse ano fiz um cirurgia que me tirou da jogada por umas semanas (embora verdade seja dita eu poderia ter lido mais); e estive viajando bastante por conta de um tratamento da minha esposa. É claro, porém, que isto não passa de desculpas. 
Nesse ponto da retrospectiva, eu tento eleger a melhor leitura do ano. Olhando para a tabela, certamente Julho foi o mês com maior aproveitamento, absolutamente todos os livros daquele mês foram sensacionais. Pra mim é muito difícil escolher o melhor. Vou fazer um esforço hercúleo e destacar três (sem ordem específica): 2) Drácula, 14) Daniel; e 18) Elantris — com uma menção honrosa para 16) Ponte para Terabítia, que só de ler o título me deu uma facada no coração.

Avaliando a quantidade de livros lidos, foi o meu pior ano em meia década. Os números falam por si, mas destaco novamente as cirurgias e tratamentos médicos, além de algumas mudanças drásticas em questão de emprego e planos para o futuro.

2018: 27 livros
2019: 37 livros
2020: 40 livros
2021: 21 livros
2022: 35 livros
2023: 20 livros

Em suma, foi meio bosta, mas gostei de muito do que li. Pelo menos esse ano coloquei os links na tabela de restrospectiva caso alguém (ninguém) queira clicar e ver o que achei do livro. Acho também que foi uma boa pedida eu me dar o direito de não ler. Muita gente acha que "liberdade" é a capacidade de fazer tudo o que se quer; mas "liberdade" só pode existir se eu for capaz do não-fazer também.


2. Concursos literários e produções

Dessa vez tive uma abordagem totalmente diferente e comecei o ano com a decisão de não mandar mais nada pra concursos literários. Mantive-me firme até Junho, quando a revista Égua Literária me convidou para escrever um conto em homenagem ao aniversário de Boa Vista. 

Apesar do convite, continuei parcimonioso e enviei poucos textos esse ano, bem menos do que anos anteriores. A pergunta que surge é: por quê? Honestamente, acho que foi o cansaço. Eu quero descansar. Quero ter o direito do não-fazer. Quero deitar na minha rede e olhar para o teto, ouvir o som do ipê farfalhando, dos passarinhos cantando, ligar o ar-condicionado e me embalar de leve. A vida não precisa ser tão pesada, precisa?

Clique em cima para ver melhor
Aqui a coisa é muito fácil de ver: foram 10 envios e 4 aceites. Isso torna os cálculos bem mais fáceis: 40% de aproveitamento, o que é, descaradamente, o melhor aproveitamento de toda minha história liteária (que não é grande coisa):

2018: 18 textos enviados, 4 aprovados → 22% de aproveitamento
2019: 17 textos enviados, 4 aprovados → 23% de aproveitamento
2020: 18 textos enviados, 6 aprovados → 33% de aproveitamento
2021: 35 textos enviados, 6 aprovados → 17% de aproveitamento
2022: 46 textos enviados, 7 aprovados → 15% de aproveitamento
2023: 10 textos enviados, 4 aprovados → 40% de aproveitamento

Retomo aqui um argumento que usei no ano passado: o que esses número significam? A resposta é muito simples: porcaria nenhuma. São números. Em termos de currículo literário, é legal ter publicações para listar; em termos da vida real, ninguém liga pro quanto você publicou, o que importa é que sua obra seja boa e — o mais difícil — que você venda.

Por outro lado, esses números deram origem ao gráfico mais fácil de entender de toda a minha vida:

Cor "tijolo claro": não's
Cor "verde limão": sim's
(essas são as cores do office, não me julguem)

Agora, tem algo digno de nota em toda essa história de publicações. Desde que comecei a escrever em 2016, tudo que fiz foram contos e alguns poemas. Todos os meus livros publicados até hoje são de contos: tanto Personagens não bíblicos e suas histórias como Outros personagens... são antologias de ficção cristã, e ambos É a vida e Pois é são antologias de microcontos variados. 

A significância disso se dá porque em 2023 escrevi meu primeiro romance: Coisas da vida. Uma obra que conta a história de Luan, um jovem roraimense que sonha em passar no vestibular da UFRR, mas, para isso, tem que lidar com as coisas da vida: trabalho, relacionamentos, dificuldades financeiras, ilusões e sonhos. 

Escrevi Coisas da vida em 24 dias (um dia para cada capítulo), submeti-o para publicação num concurso da Editora da UFRR e, ora ora vejam só, ele foi aceito! Significa que já temos aí escrito e no prelo meu próximo livro. Não qualquer livro, meu primeiro romance. 

(P.S.: em Dezembro de 2023 lancei meu livrinho Pois é e outros microcontos. Não é nada do outro mundo, mas fica aqui o registro).


#O resumo da ópera
  • Livros lidos: 20
  • Textos escritos: sabe Deus, mas acho que não foi nem 10, porque vários desses que enviei já estavam guardados na gaveta, foi só questão de enviar
  • Textos enviados pra concursos literários: 10
  • Textos aprovados: 4
É digno de nota que na minha retrospectiva do ano passado (disponível AQUI), eu falei que em 2023 escreveria meu primeiro romance. Honestamente fiz essa resolução ano passado como quem faz resolução de fim de ano: no ímpeto, sem planejamento ou certeza nenhuma de que vai dar certo. 

Mas cá estou eu surpreso com meu primeiro romance. Dei uma lida nele recentemente ao fazer a revisão e, olha, diria que é um livro bonzinho para um escritor iniciante. O livro tem seus momentos. Tenho boas esperanças para ele como ficção regionalista, acho que não houve ainda nada igual a ele em termos de ficção escrita para boavistenses. Mas, sejamos honestos, o escritor que nunca achou que escreveu algo "único" que atire a primeira pedra.

Ainda não me sinto descansado o suficiente para dizer o que farei em 2024. Algo em mim quer dizer que vou escrever outro romance; mas, sinceramente, não sei se tenho pique para isso. Hoje o plano que me anima é, quem sabe, conseguir um agente literário. Isso me deixaria mais livre para de fato escrever e não ficar me tolindo porque não sei qual será o futuro dos meus livros. Aliás, a ideia de agente literário fica mais sólida na minha cabeça quando penso em traduzir meus dois primeiros livros e publicá-los em inglês, onde há um mercado bem maior para ficção cristã.

Em suma: planos, meus caros, planos. 
Amanhã 2024 já chegou. 
Então tá bom.