terça-feira, 11 de julho de 2023

Resenha — At first sight

SPARKS, Nicholas. At first sight. New York: Hachette, 2013.


De repente me vi lendo livro romântico (não me refiro ao período histórico, mas à temática). Se fosse pra já dar um parecer, digo que me surpreendi bem mais do que eu imaginava. Terminei de lê-lo ontem, ás lágrimas. Mas me adianto.

Acho que preciso iniciar falando do autor. Eu já sabia que Nicholas Sparks era um dos maiores autores de romance da atualidade, que livros dele já haviam se tornado clássicos nesse gênero, e que vários deles foram até adaptados pra cinema (com produções bem sucedidas). O que eu não sabia é que de fato ele era bom. Ele é tão bom que, não sei por que, eu achava que "Nicholas Sparks" era mulher, de tão bem que o livro é trabalhado.

Vamos falar um pouco do gênero então. Eu não sou um leitor de livrinhos românticos, eles não me atraem, embora eu curta ver romances de personagens nos meus livros de aventura, ficção, fantasia, etc. Então ler esse livro teve um pouco de descoberta pra mim, que captei alguns padrões dessa área.

Achei interessante como há um foco maior no personagem como pessoa em si. Há uma necessidade de descrevê-los fisicamente, ressaltar traços, e o desenvolvimento deles se dá de maneira principalmente emocional. Em vez de perguntar "O que ele está pensando?", o autor transparece mais a pergunta "O que ele está sentindo?"

O que eu de fato não gosto no gênero são os clichês, acho que é por isso que não me animo com romances: rapaz da cidade grande vai pro interior; mocinho não fala dos seus problemas pra mocinha; mocinha esconde segredos do passado que não são nada demais mas ela tem vergonha de revelar; os dois brigam e eventualmente se reconciliam. Esse é o ciclo de todo relacionamento, e, justamente por isso, é altamente previsível.

Por outro lado, descobri que gosto muito dos dramas e das reviravoltas que esse gênero traz. Nesse ponto, livros de romance são bem parecidos com livros policiais, tudo revolve em torno do mistério: quem fez? Onde foi? Será que ela está falando a verdade? Como fazer pra descobrir? E isso que acaba nos fisgando e tornando a leitura mais dinâmica.
To care for someone unconditionally, for in the end that was what gave life meaning. (p. 315)
Bom, falemos de À primeira vista então, agora. O livro não perde tempo pra mostrar a que veio. É romance que você quer? Então tome. O autor não tem pena de colocar drama logo no primeiro capítulo: amigos, ex-mulher, casamento inesperado, mudança de cidade, gravidez não planejada. Tome drama.

Quanto aos personagens, se em alguns pontos os achei bem clichês (o homem desinteressado por romance, a mulher chorosa e bem mulherzinha, etc.), por outro lado preciso tirar o chapeu pro autor, que não colocou nenhum princúipe encantado ou princesa mágica, mas personagens bem humanos. A gente constantemente vê como eles são de fato e não tardamos a criar simpatia ou, no mínimo, curiosidade por suas histórias.

A cereja bolo, porém, pra esse livro, é que ele não é um romance clássico no sentido de conquista, estando mais próximo de uma história sobre família. E aí sim. Quando o livro de fato dá essa guinada, a história ganha uma força colossal, é como se finalmente estivéssemos encarando a alma do livro.

E as reviravoltas são muito boas, boas daquelas de provocar uma explosão de sentimentos na gente. Rios de lágrimas e olhos incapazes (in-ca-pazes) de tirar os olhos das páginas. Absolutamente grudados nas letras, tentando absorver tudo e sabendo que isso é impossível ao mesmo tempo. E nesse momento não dá pra ter outro pensamento: que livro! Que livro!

Não sei se gostarei de fato de livros de romance, o gênero ainda me dá um pouco de tédio e não me anima muito. Mas não tenho como negar que esse livro aqui vai ficar na minha estante, e até bateu uma curiosidade em ler mais obras desse autor. Se livros românticos em geral são bons eu não sei, mas esse aqui é.

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