domingo, 16 de julho de 2023

Resenha — Annihilation

VANDERMEER, Jeff. Annihilation. New York: FSG, 2018.


Esse é um livro que eu não sei nem por onde começar. Ele é tão diferente de tudo que já vi e a leitura é tão fascinante que... descrevê-lo parece limitá-lo. Vamos ver o que consigo fazer.

Comprei esse livro porque tinha visto o filme na Netflix e achei muito fascinante: uma área secreta de repente começou a brotar com uma biodiversidade que não faz sentido. Por isso, uma agência envia expedições à área para investigar e descobrir o que está acontecendo antes que seja tarde, porque conforme o tempo passa, a área se expande.

O filme em si já é cheio de coisas que fazem a gente questionar a própria realidade e racionalidade da coisa. Agora o livro... meu Deus... é muito mais profundo e, por isso, bem mais complicado de explicar.
I was certain no one else left here, not the surveyor, not the psychologist, could see that stirring of the inexplicable. (p. 105)
O livro parece ser de vários gêneros e de nenhum ao mesmo tempo. É uma espécie de ficção científica... mas não tecnológica, e sim biológica. Ficção biológica? Mas tem suspense também. Não chega a ser terror, mas suspense, aquela constante sensação de que tem algo errado. Mas não é um suspense tanto de dar medo, mas de encher de curiosidade pelo que tem naquele lugar estranho. Bioficção? Não sei explicar direito.

O livro fala de uma coisa que está além dos sentidos humanos, mas que, ao mesmo tempo, não é sobrenatural. Pelo contrário, é totalmente natural, biológico, vivo. O ser humano só não consegue compreender. Há uma forte aura de Lovecraft, mesmo não sendo lovecraftiniano
Was I in the end stages of some prolonged form of annihilation? (p. 184)
Dizer que eu li o livro é modo de dizer. Eu engoli. A narrativa é exageradamente fascinante. Resumir a história aqui parece, novamente, ser muito pouco em comparação. De que adianta eu dizer que a expedição era constituída apenas de mulheres, que a personagem principal é a bióloga, que é difícil dizer até que ponto a narrativa dela se mistura com fantasia? Não adianta, é preciso ler o livro.

A história faz a gente sempre querer seguir em frente. São perguntas demais, são mistérios demais pra uma mente curiosa aguentar. Não temos escolha senão devorar o livro pra tentar entender o que diabos está acontecendo lá na Área X.

Detesto terminar essa resenha com uma descrição de Lovecraft, que sempre dizia: "Era um horror indescritível". Mas a verdade é que não vou conseguir traduzir bem o que o livro traz, é uma experiência que eu só consigo incentivar você a ter também.

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