sábado, 31 de dezembro de 2022

2022: o resumo da ópera

A parte mais difícil de escrever essas retrospectivas é selecionar uma foto que represente bem o ano. Nunca tem e eu tenho que me virar nos trinta. Dessa vez foi essa aí (ela tá valendo porque foi parte da jornada literária que fiz a Brasília). Fazer o que né. O bom é que, desde que comecei o blog, tenho conseguido manter essa tradição de falar do ano que passou. 


1. Livros resenhados 

Este ano devo confessar que gostei bastante das minhas leituras. Sinto que estou aprendendo a selecionar melhor o que leio. Não tem como evitar: a commodity mais valiosa de todas ainda é o tempo. Então escolher como a gente gasta nosso tempo se torna essencial. Não fui eu quem ensinou isso, aprendi com Bill Gates e Stephen King.

2018: 27 livros
2019: 37 livros
2020: 40 livros
2021: 21 livros
2022: 35 livros

Antes de passar para a tabela em si, só gostaria de ressaltar como fiquei impressionado. Este ano nem parece que li tanto, mesmo tendo alcançado a marca de 35 livros. O que mais me impressiona, no entanto, é pensar que nos últimos cinco anos consegui ler 160 livros. 

E olha que falei do tempo: trabalho oito horas por dia (algumas vezes mais), tenho ministérios na igreja, escrevo minhas coisas, toco minhas músicas, namoro com minha esposa. Não tem segredo. É só saber usar o tempo que temos. Eu não leio horas a fio (é raro), mas, todo dia, antes de dormir, eu pego o livro da vez e leio um ou dois capítulos. Só isso. É bem pouco, mas no final chega nesse resultado que estamos vendo aí. Saca só a tabela.

Jan1) Great Expectations
Fev2) Pais e filhos
Mar3) Notas do subsolo; 4) A morte de Ivan Ilitch; 5) Ben Carson; 6) Flood
Abr7) Madame Bovary; 8) 1984; 9) A dama de espadas; 10) O guia do mochileiro das galáxias
Mai11) O restaurante do fim do universo; 12) Eldorado de Brisa
Jun13) The Gathering Dark; 14) Gente pobre; 15) O retrato de Dorian Gray; 16) Babel; 17) The Old Man and the Sea
Jul18) Olhai os lírios do campo; 19) Os testamentos
Ago20) A vida, o univeso e tudo mais; 21) O falecido Mattia Pascal
Set22) Abram; 23) Da terra à lua; 24) A lua na sarjeta; 25) A moreninha
Out26) Almas mortas; 27) O vendedor de sofás
Nov28) O capote e O retrato (um livro só); 29) Crônica de uma morte anunciada
Dez30) The Hunter and the Valley of Death; 31) A pérola; 32) Panton pia'; 33) Até mais, e obrigado pelos peixes; 34) Noites brancas; 35) Comédias para se ler na escola

Como li muita coisa boa nesse ano, não sei se consigo elencar quem foi o melhor. Talvez fiquem empatados "A morte de Ivan Ilitch", "The Old Man and the Sea" e "Crônica de uma morte anunciada". Todos absurdamente bons, que ficaram ecoando na minha cabeça por semanas mesmo depois que eu terminei a leitura. 

Agora, pra elencar os ruis, infelizmente Flood, Babel e Abram ganham também empatados. Infelizmente, como falei nas resenhas deles, o autor perdeu a mão e a história se tornou terrivelmente engessada e sem graça. Uma grande pena, porque esta série começou muito, muito bem.


2. Concursos literários e produções

Vamos começar logo pela tabela, que fala por si. Desta vez resolvi anotar também não só qual seria o prazo do resultado do concurso, mas também quando eu enviei, pra ter uma ideia geral de quanto tempo leva pra sair o resultado (muito embora eu saiba que isso varia caso a caso).

(lembrando que "Talvez" são aqueles que enviei esse ano, mas que o resultado só sai no ano que vem)

 Obs.: clique na tabela pra ver melhor, se eu tentar colocar ela no tamanho maior, fica tudo cortado).

Novamente, creio que os números falam por si, não é? Consegui enviar pra ainda mais concursos que no ano passado (foram 35 da última vez), e cheguei a 46 esse ano. Em 2022, cheguei à marca de 7 textos publicados. Isso é bom ou ruim? Eu não sei. Porque se compararmos com o total de publicações, temos aí uma crescente, mas não uma crescente proporcional.

Isso quer dizer que, embora neste ano eu tenha novamente criado um novo recorde pessoal, na proporção isto não significa que meu aproveitamento tenha sido melhor. Para fins de registro, eis a situação:

2018: 18 textos enviados, 4 aprovados → 22% de aproveitamento
2019: 17 textos enviados, 4 aprovados → 23% de aproveitamento
2020: 18 textos enviados, 6 aprovados → 33% de aproveitamento
2021: 35 textos enviados, 6 aprovados → 17% de aproveitamento
2022: 46 textos enviados, 7 aprovados → 15% de aproveitamento

O que estes números significam, de fato? 
Porcaria nenhuma. 
São só números. 

O que vale mais a pena no currículo? Com certeza é ter mais publicações. Tudo que isto indica é que neste ano resolvi aceitar mais "nãos", já que era evidente que eu jamais conseguiria receber apenas "sims". Isto serve pra mostrar também os bastidores de quem é selecionado em concursos literários: a quantidade de "nãos" é sempre muito maior do que os "sims". Aceitar e saber lidar com este fato é essencial pra quem quer ser um verdadeiro artista.


Pra finalizar este tópico, tenho pelo menos dois pontos que valem a pena ser ressaltados. 
1) Publiquei meu primeiro conto em inglês! Ele ainda não saiu na revista literária dos EUA, mas assim que ele ficar disponível, vou compartilhar com todo mundo!
2) Terminei a edição de "Pois é e outos microcontos", meu próximo livro de microcontos a ser lançado em Março/2023 se tudo der certo!


#O resumo da ópera
  • Livros lidos: 35
  • Textos escritos: faz cinco anos que não mantenho esse controle, evidente que não é agora que vai começar né
  • Textos enviados pra concursos literários: 46
  • Textos aprovados: 7
No fim das contas, considero que 2022 foi um ano sólido, estável. Se não teve nenhuma grande revelação, também não teve nenhuma grande decepção — algo que, tendo em vista os últimos anos, eu considero até mesmo um avanço. Para 2023, quero escrever meu primeiro romance. Isto é oficial. Eu deveria tê-lo escrito este ano, mas, bem, não deu né, fazer o que. Vamos olhar pra frente, colocar a bunda na cadeira e escrever. 

Na arte, assim como na vida, não tem segredo. Para conseguir fazer algo bem feito: é necessário esforço. Então venha, 2023. Venha. 

1 comentários:

Edgar Borges disse...

Bom relato. Sempre ativo na leitura e na escrita. Eu não leio muito à noite por que sempre acho que falta luz. Leio mais durante o dia. Em 2022 eu não participei de nada. Quando muito de um ou dois. O foco foi foi em outras atividades. Agora, escrevi um monte de poemas e haikais, sobretudo no primeiro semestre. Pretendo, do verbo não sei se dará certo, retomar as inscrições neste ano.

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