quinta-feira, 15 de dezembro de 2022

Resenha — Até mais, e obrigado pelos peixes

ADAMS, Douglas. Até mais, e obrigado pelos peixes!. São Paulo: Arqueiro, 2010.


E aqui estamos nós de novo com mais um livro da "trilogia de cinco" escrita pelo fenômeno-gênio da literatura de ficção científica / zoeira desmedida (vulgo "non-sense"), Douglas Adams. Este é o número 4, falta só mais um pra ter oficialmente relido todos. Pra fins de registro, os outros livros (e suas respectivas resenhas) são: O guia do mochileiro das galáxias, A vida, o universo e tudo o mais, e O restaurante no fim do universo.

Em Até mais, e obrigado pelos peixes, nos encontramos num grande paradoxo: Arthur Dent está de volta à Terra. É isso. Por que é um paradoxo? Simplesmente porque a Terra foi destruída no primeiro capítulo do primeiro livro desta saga. Como diabos, então, ele está de volta ao planeta, como se nada tivesse acontecido?

Novamente estamos diante do brilhantismo que já cansei de falar nos outros livros de Douglas Adams: frases certeiras, parágrafos lotados de inuendos e informações interessantes, páginas repletas de ironias e indiretas. O cara é um absoluto gênio em conseguir transmitir tanta coisa com tão pouco.

Nós já estamos num ponto com essas resenhas que eu praticamente já não tenho mais o que falar dos livros. Só me restaria destrinchar o enredo aqui, mas acho que não convém, porque não quero roubar o leitor do espetáculo que são estes livros. Cada um vale MUITO a pena ser lido.

O grande segredo da leitura é: não leia tudo de uma vez. Dê a você mesmo tempo para digerir e absorver tudo. Esse foi meu erro há anos atrás, quando li-os em sequência e de uma tacada só. Agora, anos depois, aprendendo com a experiência, posso garantir que tive uma leitura bem melhor. 

Aliás, esse livro me mostrou um erro: eu achava que Arthur Dent tinha aprendido a voar numa situação bem específica, num ocaso bem dramático (que provavelmente está no próximo livro). Mas foi tudo um efeito Mandela, porque na verdade Arthur já tinha aprendido a voar bem antes.

Por fim, acho que meu único comentário de fato sobre este livro em específico é que acho que neste volume, mais do que nos outros, o autor não tem pena de quebrar a quarta parede e várias vezes conversar com o leitor, em trechos super inspirados como esse:
Os que querem respostas devem continuar lendo. Outros podem preferir pular direto para o último capítulo, que é bem legal e é onde aparece o Marvin. (p. 99)
No fim das contas, posso apenas recomendar o manual oficial de qualquer nerd que se preze: a coleção do Guia do Mochileiro das Galáxias.

0 comentários:

Postar um comentário