domingo, 2 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XVIII

AEROPORTOS - II

O aeroporto de Chicago me surpreendeu negativamente nessa visita. Mas, honestamente, não foi culpa dele, mas da United Airlines.

Esses aeroportos mais ao norte, pelo menos na minha experiência têm os melhores Port of Entry para os EUA. Digo isso porque os aeroportos mais próximos do Brasil (Orlando, Fort Lauderdale) ou mais conhecidos (Los Angeles, Nova York) geralmente têm um trânsito de estrangeiros muito intenso. Já chegamos a gastar uma hora inteira na fila da segurança em Orlando. 

Mas Chicago ou Minneapolis, por exemplo, raramente são destinos turísticos mais procurados. Como resultado, as filas são bem menores e os agentes de imigração são mais solícitos (pelo menos na maioria, quando está tudo lotado não dá pra contar com isso), o ambiente de modo geral é mais leve e agradável. 

Sem falar que tanto Chicago quanto Minneapolis têm aeroportos fantásticos e completos. Chicago tem metrô que passa dentro do aeroporto, é só pegar e dá pra visitar a cidade quando a escala for longa. Minneapolis é muito bonito e equipado, um verdadeiro shopping. Acho que Minneapolis ganha de Chicago só porque este último me parece ter um trânsito maior de aeronaves. Como resultado, é comum o avião pousar mas ainda ficar uns 15-20min taxiando antes de conseguir de fato desembarcar os passageiros.

Já escrevi sobre Chicago e Minneapolis antes e minhas impressões sobre as cidades (nesse post aqui), então vou só lembrar que tenho uma quedinha por Chicago porque ela é meio bagunçada. Ou seja, me lembra o Brasil.

Meu único desagrado nessa viagem foi que a United primeiro me colocou no portão B-12. Caminhei até ele, me estabeleci por perto e... vish... mudaram para o E-14. Ok, 15 minutos de caminhada, vamos para ele. Cheguei, estabeleci-me... acho que não tinha dado 20min que eu havia chegado... vai pro C-30, 20min de caminhada. Olha, foi de lascar. Pra quem á viajando desde a 1 da manhã, a última coisa que eu queria era fazer cardio em aeroporto.

Só vou perdoar porque cada caminhada dessa foi um passeio. Teve dinossauro, enfeites bonitos no teto, e até um corredor comprido meio psicodélico. Apesar da chateação, a peste do aeroporto é tão bonito que acabei passando pano. 

Enfim, finalmente estou no portão certo, a tia está anunciando que vai começar o embarque. Graças a Deus.




sábado, 1 de novembro de 2025

Crônicas do cotidiano — XVII

AEROPORTOS - I

Depois de uma noite de sono muito mal dormida, mas estando estranhamente descansado e disposto, resolvi que seria interessante registrar algumas impressões das muitas viagens em que me meto. Aeroportos me são cansativos, então por que não falar deles.

Primeiro, é que muito me causa espécie (velho Ministro Barroso) como um embarque internacional pode ser tão ruim num aeroporto. Naturalmente me refiro a Manaus. 

É um espanto da natureza que na segurança haja apenas UM guichê para receber todos os 300 passageiros que vão embarcar. É evidente que vai se formar uma fila monstra e as pessoas vão ficar impacientes (ainda tem o lance também de que o brasileiro de modo geral não conhece as regras de viagens internacionais -- o que atrasa ainda mais o meio de de campo). 

Além disso, queria entender por que se faz tanto concurso público pra Polícia Federal e quando chego lá só tem UM guichê na imigração aberto. Verdade seja dita, havia cinco guichês, mas só um funcionando. Faz uns três anos que passo por esse embarque internacional umas duas a três vezes por ano e nunca tem mais que um guichê. Novamente, é evidente que vai se formar uma fila monstra e atrasar o embarque de todo mundo. 

Fico me questionando se isso é um reflexo de Manaus ou do Brasil de modo geral. O descaso assusta um pouco, especialmente quando percebemos que o povo se acostuma com ele. É meio absurdo, mas o que para uns é um espanto da natureza, para outros é só mais um dia no aeroporto.

Em suma, cheguei no Aeroporto à uma da manhã e quando fui embarcar já estava na última chamada — às 3h da manhã. Eu hein, meu povo. Já não bastasse esse horário maldito de voo, ainda se tem que lidar com a incompetência generalizada. 

É triste, é triste.