quarta-feira, 23 de abril de 2025

Resenha — Contos amargos

MORALES, Alessandra; MACHADO, Allana; CATÃO, Bruno; MENDONÇA, Paulo Vitor Mendonça. Contos amargos. Indaiatuba: Pen Dragon, 2016. Ebook.


Nossa, quanta decepção. Isso aqui era pra ser uma antologia de contos amargos, tristes, chocantes, dramáticos. A ideia é interessante, ainda mais pra mim que sou um escritor hiperrealista e ama retratar a sociedade e as pessoas tais como elas são. Mas esse livro não passou nem perto de ser bom.

Os contos na sua marioria começam bem, mas parece que têm medo de se levar a sério — sendo que visam tratar de temáticas sérias. Cria-se uma desconexão e o leitor fica meio que a ver navios no fim. De modo geral, são todos mal escritos. Me soam como algo a ser esperado de adolescentes que participaram de um workshop de literatura. Ou seja, têm ali algum potencial, mas claramente não é bom ainda, tem que trabalhar muita coisa. 

Li o livro até o fim na esperança de encontrar nele alguma coisa que servisse. O título do livro é contos amargos, mas amargo mesmo é o tempo que a gente perde lendo essas histórias. A cada novo capítulo eu me obrigo a dar uma chance, uma oportunidade de ler uma história bem escrita. E o duro é que, como falei, muitas começam bem... mas só começam. Isso torna ainda mais amargo chegar no final e perceber que a história e o meu tempo foram perdidos.

Acho que o que mais me apavora é ver que esse livro foi escrito a quatro mãos (oito, no caso). Me assusta que os autores tenham escrito esses textos, enviado uns aos outros e no fim tivessem achado bom. Não é possível uma coisa dessa. 

Pra mim que eles ficaram naquele constrangimento típico do brasileiro que sabe que a coisa não está boa, mas não tem coragem de falar, pra não ofender a outra pessoa. Se foi isso, optaram por ofender o leitor em lugar do autor — ou pior, e mais horrível: eles realmente achavam que os contos eram bons.

Esse livro só confirma tudo que já vi da editora Pendragon: qualquer um que pagar pra publicar consegue publicar qualquer bosta. Seria melhor a editora ter se chamado de gráfica logo porque ficava menos feio. TODOS os títulos que já peguei da Pendragon são péssimos e perda de tempo. Talvez não seja de surpreender que a "editora" fechou as portas no começo desse ano. É função de bons editores evitar que porcarias como essas cheguem ao público.

Enfim, o livro foi uma perda de tempo e fiz questão de deletá-lo permanentemente da minha biblioteca de livros digitais. É o timpo de coisa que nem vale a pena. Fica aí o aviso sincero.

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